sábado, 4 de fevereiro de 2012


Aplicação da cromopuntura como forma de terapia alternativa

                                                    por Dra. Daionety Aparecida Pereira

foto: olhares.com
A natureza da luz
A compreensão das propriedades luz e da cor é fundamental para o entendimento da cromopuntura. Apesar da luz e da cor terem merecido a atenção desde a antiguidade, sua real natureza foi por muito tempo completamente desconhecida.
A formulação de leis gerais e especulação sobre a teoria da luz originase na Grécia e Arábia. As idéias de que luz é emitida por uma fonte e refletida por um objeto e então atinge o olho produz a sensação de visão foi idealizada por Epicurus, um filosofo grego 300 a.C.). Ângulos de refração foram medidos por Ptolomeu em Alexandria um astrônomo do século I), que deduziu corretamente que o raio luminoso muda de direção quando penetra em um meio mais denso. As leis de reflexão e refração foram descobertas juntas por Pierre Fernet, um matemático francês do século XVII.

A idéia de propagação retilínea da luz foi aplicada há muito tempo atrás. Euclides estava familiarizado com a idéia básica, mas a teoria principal foi desenvolvida por Leonardo da Vinci, uma completa descrição das sombras dada pelo astrônomo dinamarquês Johannes Kepler em 1604.
Aproximadamente na metade do século XVII (1650), existiam duas teorias para explicar a natureza da luz: a teoria corpuscular e a teoria ondulatória. Christian Huygens, um holandês, defendia a teoria ondulatória, e na Inglaterra, Isaac Newton, defendia a teoria corpuscular, apesar de não rejeitar completamente a teoria ondulatória. Newton estabelece a periodicidade (uma das idéias básicas da teoria ondulatória) em uma fórmula que antecipava a mecânica quântica.


FIG.01 - DISPERSÃO DA LUZ BRANCA QUANDO ATRAVESSA O PRISMA.
Newton também observou que a luz branca, após passar através de um anteparo de vidro ou prisma, pode ser separada em um espectro de diferentes cores reproduzindo um arco íris. Esses achados mostram que a luz branca contém todas as cores.

Após penetrar no anteparo, cada cor “curva” em um ângulo diferente, porque cada uma vibra em um comprimento de onda especifico. Ele também estabeleceu uma técnica para determinar o comprimento de onda de cada cor.
Em 1873, James Clerk Maxwell (nascido em Edimburgo em 1831) propôs a teoria eletromagnética da luz. A existência de uma conexão entre eletromagnetismo e a luz já tinha sido proposta por Michel Faraday, na Inglaterra, que observou a rotação do plano de polarização de um raio de luz por um campo magnético, mas Maxuell formulou as regras matemáticas que governam a radiação eletromagnética. Partindo dessa equação, Maxwell hipotizou a existência de ondas eletromagnéticas transversais que tinham uma constante de aceleração c no vácuo (299.792,5 Km/s), e que posteriormente muitos físicos demonstraram ser a velocidade da luz.
O termo radiação eletromagnética descreve a transferência de energia no espaço por campos elétricos e magnéticos, sem transferência de matéria. A luz é designada como uma classe de radiações eletromagnéticas visíveis pelo olho humano (apesar da definição, algumas vezes incluem classes que não são visíveis).
A teoria de Maxwell é uma teoria de ondas em um meio contínuo. O físico alemão Max Planck demonstrou que o calor radiante é emitido em quantidades finitas, as quais são atualmente denominadas quanta.
Inicialmente acreditou-se que permaneceria, sem modificação, a teoria de ondas eletromagnéticas para a luz livre no espaço e o uso do conceito de quantum somente em relação à interação entre radiação e matéria. Entretanto em 1905, Albert Einstein mostrou que, no efeito fotoelétrico, a luz é toda conduzida em concentrados de energia quântica, partículas de energia agora denominadas fótons. No mesmo ano, Einstein publicou a teoria da relatividade, a qual modificava o papel da física, e dava um papel especial à constante de velocidade c. Por causa da luz, em algumas situações s conduzir na forma de ondas e em outras como partículas, foi necessário ter uma teoria que predissesse quando e em que situação cada tipo de comportamento se manifesta. O maior desenvolvimento do mecanismo quântico se deu entre 1925 e 1935.

A luz de uma fonte comum é emitida por átomos não correlacionados, então há uma irregularidade ou incoerência entre as ondas emitidas por diferentes átomos. A teoria da emissão estimulada postula que sobre certas condições os átomos podem fazer uma radiação em fase, então uma radiação coerente pode ser mantida indefinidamente. A realização prática dessa condição, que previamente parecia impossível, foi conseguida em 1960 – o Laser.
Hoje a teoria da luz chegou a um ponto no qual todos os fenômenos terrestres estão incluídos em uma teoria lógica.



Espectrum Luminoso
A luz branca pode ser dispersa dentro do espectro por refração, difração interferência. Newton mostrou que uma fenda é usada adequadamente para selecionar uma pequena região espectro, a luz que passa através fenda é muito mais homogênea que luz branca original, e não observou qualquer dispersão quando passou essa luz através de um segundo prisma. Métodos delicados de interferometria, todavia, mostram que essa luz nunca é inteiramente de um único comprimento de onda, entretanto o tamanho da fenda pode selecionar uma quantidade de comprimentos de ondas. O índice de diversidade de comprimentos de ondas para essa quantidade de luz mede a pureza do espectro.
Luz, bem como outras radiações eletromagnéticas, tem um caráter ondulatório e é especificada pelo comprimento de onda que a caracteriza mais especificamente do que a cor. Na luz monocromática, cor e comprimento de onda estão associados. Entretanto, como disse Newton “os raios, para falar corretamente, não são coloridos”. Cor é uma sensação na mente humana. Luz de determinado comprimento de onda pode estimular o sistema visual de tal forma que a sensação de uma cor é produzida. O caminho pelo qual o sistema visual analisa a cor é totalmente diferente do caminho pelo qual instrumentos físicos formam o espectro.

Porque radiações eletromagnéticas de comprimento de onda mais curto estão na ordem de diâmetros atômicos, medidas especiais são empregadas para especifica-las. A unidade Angstron, simbolizada por Å, dada pelo físico suíço Anders Jonas Ångström é igual a 10-10 metros. A luz visível tem uma variação de comprimentos de onda que vai de aproximadamente 4000 Å (violeta) a 7000 Å (vermelho).
È mais conveniente especificar uma onda eletromagnética pela freqüência na qual ela oscila ou vibra do que pelo comprimento de onda. Freqüência (v), geralmente expressa o número de oscilações por segundos ou Hertz (Hz). O comprimento de onda é inversamente proporcional à freqüência (v). O produto entre a freqüência (v) e o comprimento de onda é igual a constante c (v=c), a velocidade das luz no vácuo.



FIG.02 - SELEÇÃO DE LUZ COLORIDA (VERDE). A COR É OBTIDA UTILIZANDO-SE FILTROS TRANSPARENTES SOMENTE PARA UMA CLASSE DE COMPRIMENTOS DE ONDA.
O espectro pode ser produzido na natureza de várias formas. O arco íris é o mais notável deles. Ele é formado pela reflexão e refração da luz nas gotas de chuva. Os raios surgem das gotas e são propagados para fora delas, mas para cada comprimento de onda há um ângulo mínimo de desvio e há concentração de energia nesse ângulo. O vermelho é sempre visto do lado de fora e o azul do lado de dentro da curvatura. Um arco íris mais fraco é formado pelos raios que foram refletidos duas vezes, neste as cores são invertidas. Um arco íris pode ser considerado como um espectro do sol.

Luzes de diferentes cores também podem ser selecionadas por filtros, que são transparentes somente para uma específica classe de comprimentos de ondas. A pureza da luz colorida obtida, portanto, é geralmente baixa se comparada à luz decomposta por um prisma e selecionada por uma fenda (laser).


Luz e Átomo
Um átomo isolado pode existir como estrutura estável somente em certos estados distintos, denominados estado de energia ou estado estacionário, e a medida de energia desse átomo será o resultado de um dos valores característicos desse átomo. Sob condições normais, um átomo está sempre no seu menor estado possível de energia, ou ao redor desse estado.
Se um átomo está em estado neutro e lhe é dada uma quantidade de energia, ele passará a um estado excitado e liberará essa energia extra espontaneamente, voltando ao seu estado de menor energia. Essa energia extra é freqüentemente emitida como radiação eletromagnética, portanto aparece uma luz de um comprimento de onda distinta, chamada linha espectral.
A energia emitida por um átomo é geralmente carregada por um photon, emitido a uma determinada freqüência (v). A energia do photon (E) é igual a uma constante multiplicada pela freqüência (E=hv) onde h é a constante de Planck (6,6256x 10-34 jaule/segundo). Quanto maior a energia do photon maior é a freqüência da onda eletromagnética (ondas
curtas). Radiações de alta energia como RX e Rd (freqüências com amplitudes de 1015 a 1021 Hz), tem energia suficiente para remover elétrons dos átomos, e então, produzir radiações ionizantes que são radiações muito penetrantes. A luz visível (4-7 x 1014 Hz) não é ionizante e é, portanto, menos penetrante. Mas as luzes azul e violeta (maiores freqüências) são mais energéticas e penetrantes que as luzes laranja e vermelho.


Utilização da luz como terapia
É importante compreender a relação entre cor, comprimento de onda, calor e ionização porque dependendo dessas variáveis uma cor irá exercer efeitos físicos diferentes. Ondas longas possuem menos energia, portanto, penetram menos nos tecidos do que as ondas curtas e produzem mais calor local. Isso explica, por exemplo, o nível de profundidade diferente em que um organismo pode ser lesado pela exposição excessiva ao calor ou aos raios X. Uma cor da faixa do vermelho (maior comprimento de onda) vai ser acompanhada por uma produção de calor bem maior do que as cores da faixa do violeta, mas estas cores da faixa do violeta já terão misturado algumas radiações ionizantes, capaz de alterar os tecidos.
Portanto, o que determina o modo de atuação física da luz no organismo é a quantidade de energia gerada por sua fonte, a qual determinará a cor produzida, que nada mais é do que um indicador externo, fácil de ver, do tipo e da quantidade de energia que estamos usando. Desta forma, apesar das aparências contrarias (por causa da sensação de calor e frio), as luzes na faixa do azul violeta contêm mais energia do que as da faixa do vermelho- amarelo, justamente porque não dispersam quase nada de calor. As luzes da faixa do vermelho são menos penetrantes que as da faixa do violeta. O verde que se encontra no centro do espectro se equilibra entre os dois extremos.


FIG.03 - APLICAÇÃO DE LUZ VERMELHA PARA TRATAMENTO DE PROCESSO INFLAMATÓRIO EM URETRA E VESÍCULA URINÁRIA.

VERMELHO
– A luz vermelha é a de maior comprimento de onda (7600 Å), é a que penetra menos nos tecidos produz mais calor. Desta forma há a estimulação da circulação, vasodilatação e aumento da freqüência cardíaca, o que resulta em maior aporte sangüíneo, maior aporte de nutrientes de células de defesa, acelerando o combate às infecções e a recuperação dos tecidos lesados. Acelera também remoção de detritos, toxinas e células mortas. Estimula, ainda as terminações nervosas e aumenta a sensibilidade.
A luz vermelha é indicada na insuficiência cardíaca e aporte insuficiente de sangue, feridas não supuradas, inflamações, tosse crônica, asma, laringites, anemias, paralisias e doenças musculares atróficas.
Contra indicações – febre, hipertensão e neurite.


LARANJA – Não se distingue nitidamente das cores que a formam (vermelho e amarelo), sendo a diferença entre elas apenas de intensidade. Sua função básica é auxiliar o órgão ou célula a selecionar o que lhe é benéfico e eliminar o que lhe é inútil ou nocivo. È propicia para a digestão e metabolismo alimentar, função renal, cálculos renais e biliares.
È indicada para todos os tipos de esclerose, anemia, asma, bronquite, como antiespamódico, aumenta a pulsação sem aumentar a pressão, aumenta o apetite, estimula a digestão, aumenta fertilidade e fecundidade.
Contra indicações – febre, hipertensão e neurite.


AMARELO – Tem a metade da força estimulante do vermelho e metade da capacidade reparadora do verde. É quente, mas não tanto quanto o vermelho. È vasodilatadora e estimula a atividade celular, facilitando a regeneração de tecidos desvitalizados. È utilizada para promover a cura e a cicatrização de lesões diversas especialmente em órgão e tecidos sensíveis, onde o vermelho poderia ser prejudicial.
É indicada nas deficiências do estomago, fígado, pâncreas e vesícula biliar, ativa a digestão, fortifica o sistema endócrino e agudiza processos crônicos.
Contra indicações – febre, hipertensão, inflamação aguda e diarréia.


FIG.04 - APLICAÇÃO DE LUZ VERDE EM UM FELINO COM QUADRO DE CISTITE COM INTUITO DE ESTIMULAR ATIVIDADE CELULAR, FAVORECENDO A CICATRIZAÇÃO E ELIMINAÇÃO DOS TECIDOS DEGENERADOS.

VERDE
– Ocupa exatamente o centro do espectro eqüidistante dos dois pólos, vermelho e violeta. Todas as suas características físicas o colocam como a cor mais semelhante ao branco. É usado em ferimentos, inflamações e processos degenerativos. Impulsiona a atividade celular favorecendo a cicatrização, sem excitar como o vermelho. Acelera o processo de cura estimulando a proliferação celular e substituição dos tecidos degenerados. Por ter comprimento de onda intermediário (5200 Å), penetra mais nos tecidos que o vermelho e reduz a reação inflamatória nos órgãos.

A luz verde é indicada nas tosses, tumores, inflamações articulares, cistos, dilatações brônquicas e doenças oculares.
Contra indicações – hipertensão, paralisia, contrações musculares e reumatismo.


AZUL – Luz fria, com efeito relaxante e analgésico. Aumenta o metabolismo, tem efeito descongestionante e promove o crescimento. Tem propriedade anti-séptica e promove a contração de artérias e veias.
Indicada nas supurações, febre, congestão, dor, hipertensão, taquicardia, hemorragia, lesões de ligamentos e regula a contração muscular.
Contra indicações – hipotensão, paralisia e contrações musculares.


ÍNDIGO – É uma luz elétrica, fria e adstringente, controla todos os sentidos, induz a produção de fagócitos, é depressor respiratório, tônico muscular e anestésico.
É indicada nas alterações dos órgãos do sentido, nas alterações neurológicas com convulsões, hemorragias e patologias de garganta.
Contra indicações – hipotensão, paralisia e contrações musculares.


VIOLETA – Ocupa o extremo frio do espectro de cores, é a luz visível de menor comprimento de onda (4000 Å) e, portanto, a mais penetrante, podendo atingir estruturas orgânicas em maior profundidade que as outras cores. Estimula a circulação periférica e o sistema imunológico, tem efeito bactericida e elimina toxinas e detritos resultantes da infecção.
É indicada no controle de infecções, na cicatrização de feridas e no alívio da dor. Estimula o sistema linfático, a produção óssea e a regeneração dos tecidos.
Contra indicações – hipotensão, paralisia e contrações musculares.



Cromopuntura
A cromopuntura consiste na aplicação de luz colorida em pontos de acupuntura para o tratamento de doenças ou alterações fisiológicas. Para isso utilizamos um aparelho elétrico, denominado bastão cromático, composto por uma fonte de luz branca uma fenda onde é colocado o filtro de luz desejado, e um cristal de quartzo branco por onde a luz é projetada.


FIG.05 - BASTÃO CROMÁTICO: APARELHO UTILIZADO PARA SELEÇÃO E APLICAÇÃO DE LUZ COLORIDA.
Quando usamos a cromopuntura, além da estimulação dos pontos de acupuntura estamos utilizando também os efeitos da cromoterapia nos tecidos onde o foco de luz incide, o que permite uma potencialização dos dois tipos de terapias. Com esse recurso temos obtido muito sucesso na desobstrução uretral de gatos com DTUIF idiopática, nos processos de coluna, nas faringites e traqueites, nas doenças articulares, ou seja, em todos os casos de doenças inflamatórias, agudas ou crônicas.
As aplicações podem ser feitas em pontos de acupuntura específicos para as varias patologias, e diretamente sobre os tecidos e órgãos afetados. A escolha da cor se faz de acordo com as características de cada uma delas e da doença a ser tratada e o tempo de exposição à luz vai de 30 segundos a 4 minutos de acordo com a intensidade dos sintomas.
REFERENCES
Amber, R. (1983) – Cromoterapia: Acura através das cores, Cultrix, São Paulo.
Draehmpaehl, D.; Zohmann, A. (1997) – Acupuntura no cão e no gato: princípios básicos e prática científica, Roca, São Paulo.Gaspar, E. D. (1997) – Cromoterapia: cores para a vida e para a saúde, Pallas editora, Rio de Janeiro.
Gimbel, T. (1980) – A energia curativa através das Cores, Pensamento, São Paulo.
Mandel, P. (1986) – The practical compendium of colorpuncture, Manfred Malworm, W.
Germany. Rezende, J. R. V. (2001) – Cromopuntura e outras


Dra. Daionety Aparecida PereiraMédica Veterinária
Clínica Médica - Acupuntura - Homeopatia
CRMV: SP 2037

http://www.greepet.vet.br/cromopuntura.php 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.